O acervo do Museu Municipal Venícios Burigo conta a história da colonização italiana e das primeiras gerações que ajudaram a construir a cidade
Cocal do Sul pode até ser um dos municípios mais jovens de Santa Catarina, prestes a completar 34 anos de emancipação, mas guarda relíquias com mais de um século de história. E boa parte desse passado está abrigada no Museu Municipal Venícios Burigo, um espaço que é praticamente um baú de memórias da colonização italiana na região.
O acervo impressiona: são mais de 500 peças antigas, entre móveis, ferramentas, livros, vestimentas e objetos litúrgicos. Algumas delas datam de décadas antes da fundação do município, e muitas pertenceram a famílias que ajudaram a construir a cidade desde os tempos de colônia.
Tem de tudo um pouco: a charrete do padre, que cortava as estradas de chão batido nas décadas passadas; móveis de madeira maciça, que resistiram ao tempo e à poeira das gerações; ferramentas de sapateiros e costureiras, que contam o dia a dia do trabalho artesanal; e até livros com caligrafia antiga, carregados de histórias de fé e de família.
Segundo a entusiasta da cultura Neide Pellegrin, que participou diretamente da construção do acervo, muitas das peças mais antigas vieram da igreja da comunidade dos polacos, como era chamada. “Tem andores de santos, púlpitos e pinturas de entrada da igreja que são verdadeiras obras de arte. São peças que podem ter até 140 anos”, conta.
Algumas dessas relíquias pertenceram a famílias tradicionais como os Burigo, Bosa, Cechinel, entre outras, com registros datados de 1930 e 1938, anotados em um antigo caderno de catalogação da saudosa Marisa, uma das primeiras colaboradoras do museu.
O espaço leva o nome de Venícios Burigo, um dos pioneiros na coleta e preservação dessas peças. Ao lado de outros moradores, ele foi juntando objetos, memórias e significados desde as primeiras gestões do município. "A base foi feita com o que tínhamos nas mãos, com verdade e cuidado. E depois fomos agregando o que aparecia com valor histórico”, lembra Neide.
Já o gerente de Cultura e Turismo, Jura Fogaça, reforça a importância do museu para a identidade do município. “Cocal do Sul tem uma história rica que vai muito além da sua data de emancipação. O museu é uma âncora cultural que nos conecta ao passado, dá sentido ao presente e inspira o futuro. Cada peça tem uma história e cada história ajuda a explicar quem somos.”
Atualmente, o museu segue em processo constante de preservação e reorganização, com atenção especial para que as peças fiquem mais acessíveis e visíveis ao público. “A ideia é valorizar ainda mais essas obras, especialmente as pinturas e esculturas antigas, colocando-as em destaque”, adianta Jura.
O horário de funcionamento da Casa da Cultura, da qual o museu faz parte, além da biblioteca, é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h.
CONTATO: 48 9984-8494
Jura Fogaça | Gerente de Cultura e Turismo
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